quarta-feira, 29 de abril de 2009

Opinião: Aqui cabe um comentário!

Ao assistir num domingo a série sobre Transplantes do Doutor Dráusio Varella no Fantástico, pela Rede Globo, onde ele descrevia os procedimentos que antecedem a cirurgia em si, ou seja, a captação do órgão doado e a sua transferência até o local da doação, fiquei pasma. As dificuldades quando não páram em algum detalhe físico relacionado ao órgão em si ou alguma outra incompatibilidade, dá de cara com a dificuldade no transporte do mesmo. Sabendo-se que são 4 horas que separam o primeiro corte do bisturi no peito do doador ao primeiro corte no peito do receptor, é óbvio e claríssimo que o traslado só pode ser feito via aérea, com helicópteros ou aviões. A dificuldade e o desespêro que vai dando na gente, assistindo apenas, é sufocante. Tanto trabalho e empenho para terminar em falta de vaga em vôos comerciais, ou de aeronaves ditas “oficiais”, restando apenas a contratação de algum prestador “particular” deste serviço, e ao que me parece, a pessoa já é íntima da equipe e acaba sendo “contratada”, mesmo assim somente após todos os procedimentos “normais” serem concluídos, perdendo-se aí minutos preciosos…
A minha opinião e do meu marido, que assistia a matéria também, foi quase que imediata e única: deveria existir uma verba ou uma lei que obrigasse que este transporte tivesse prioridade sobre qualquer outro. Tá, mas quem somos nós para questionar ou opinar?
Todavia, qual não é meu espanto e aquela tal “coincidência” infeliz, poucos dias depois de ter tido esta idéia fui ler nos principais jornais, assistir nos telejornais, que existe uma “farra do bilhete aéreo” que acontece pelas mãos dos nossos adorados digníssimos políticos, que até distribuem como balas ás criancinhas, as passagens para os fins mais obscuros possiveis, “presenteando” até celebridades, que nem precisam disso.
Lamentavelmente, tenho que concluir novamente, que a verba que falta para que mais vidas sejam salvas com mais frequência, cai pelo ralo da hipocrisia. Se escoa pelo bueiro da  incompetência em lidar com causas realmente nobres.
Desculpem, já passou tempo desde a divulgação, dias, eu sei, mas só agora resolvi colocar pra fora o que me sufocava, e me sinto melhor.
Incompetente, mas melhor. Se é que esta sensação de incapacidade e indignação possa fazer alguém se sentir melhor…

2 comentários:

Josiane disse...

Oi, sou aqui do sul e li alguns dias atrás que órgãos foram perdidos porque o aeroporto da cidade (não lembro bem onde, era uma cidade pequena), ESTAVA FECHADO!!! E por isso não tinha quem orientasse o voo. Da vontade de chorar, pelas pessoas que morrem nas filas de espera enquanto parlamentares levam a familia para dar uma voltinha em Paris,ou um aeroporto fica fechado em uma emergencia.

Maura Eduardo disse...

Obrigada por participar Josiane. É mesmo um absurdo, e enquanto isto os políticos sambam...

Blog Archive